18 de dez. de 2008

PÃO DO TONI

No rol dos alimentos relacionados a datas específicas e festivas, um que é praticamente a personificação do evento a que está associado é o panetone. Como os costumes mudam – o que não necessariamente é positivo em alguns casos –, o panetone, assim como o bacalhau, o peru e outros ingredientes típicos, já é encontrado ao longo de todo o ano nos supermercados e padarias, tirando aquele prazer que tínhamos de esperar meses e meses para finalmente chegar a época de comê-lo... Porém, ainda é nessas semanas finais do ano, de proximidade do Natal, que o panetone se torna onipresente e objeto de desejo dos consumidores em geral.Embora existam pessoas que amam, veneram o panetone, muitas outras não gostam por achá-lo seco. Isso, na verdade, depende muito da qualidade da matéria-prima e da maneira como é feito. Se a receita for boa e os pertences adequados, a maciez e a suculência do panetone estarão garantidas. Como pão que é, a confecção do panetone envolve algumas etapas relacionadas à sova e ao tempo de fermentação. Aí entram os ingredientes que lhe dão sabor e aroma, que são as frutas cristalizadas, passas e as especiarias. Existem variações que levam castanhas, nozes e mesmo gotas de chocolate, mas são liberdades que fogem do clássico e que podem chegar a extremos totalmente dispensáveis como panetone de cupuaçu, por exemplo. Francamente!A maioria dos panetones industrializados e às vezes que faz em casa teima em utilizar essência, na justificativa de provocar mais aroma e sabor. Particularmente sou contra essências em geral, principalmente em casos como esse. Essência de panetone? Ora, o aroma e o sabor do panetone são justamente resultantes da mistura de frutas cristalizadas, passas e especiarias que o compõem. É a mesma coisa que ao fazer uma pizza – prato que é o conjunto dos ingredientes que o constituem –, borrifar por cima dela essências de calabresa, de queijo, de tomate ou de azeitona para dar “mais gosto” e cheiro.Mas há alternativas para quem não abre mão, por tradição, de panetone na ceia, mas não vê graça em comê-lo por achar seco: pode umedecê-lo com sorvete ou fatiar e montar um delicioso pavê com creme e sabor de sua preferência (que tal com morangos frescos e vinho do Porto?). E se sobrou panetone, experimente usar as fatias para fazer torradas. Uma delícia no café-da-manhã, com manteiga, mel ou geléia.

VOCÊ SABIA?
. Panetone é um dos maiores símbolos do Natal. Trata-se de um doce de origem italiana, com frutas secas. Segundo a lenda, um padeiro italiano chamado Toni havia criado um pão diferente para poder impressionar seu sogro, a partir daí, surgiu o pão do Toni (panetone). O panetone é submetido a um processo de fermentação natural, fator responsável por deixar o doce com uma consistência bastante macia. Existem algumas variações da receita original do panetone, como o chocotone, o sorvetone e a Colomba Pascal.

RECEITA
Panetone clássico
Ingredientes:
1 Kg de farinha de trigo;
100g de fermento biológico;
200g de manteiga;
200g de açúcar;
15g de mel;
8 gemas;
10g de sal;
250g de frutas cristalizadas;
150g de uvas passas embebidas no rum;
raspas e suco de laranja;
água.
Modo de preparar:
Misture 100g de farinha, o fermento e um pouco de água em um recipiente, deixando a massa com a aparência de uma esponja. Deixe a massa descansar por 15 minutos e logo após adicione o restante dos ingredientes. Deixe para colocar as frutas cristalizadas e as uvas sempre por último, formando uma massa bem macia. Coloque um pano sobre todo o panetone e deixe por aproximadamente 20 minutos. Em seguida, faça os modelos, coloque nas formas e deixe descansar outra vez até que a massa tenha crescido e atingido o dobro de seu tamanho inicial. Coloque para assar em uma assadeira ou forma de papel num forno pré-aquecido a uma temperatura média de 180ºC.

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