17 de mar. de 2009

Um doce!











Não é de hoje que a rapidez, a evolução dos costumes e a lei do mínimo esforço vêm operando para o gradual e contínuo processo de desaparecimento ou raridade de muitos pratos e receitas culinárias. Por mera falta de interesse (ou simplesmente de talento mesmo), muitas donas-de-casa estão abrindo mão de preparar delícias tradicionais, privando a si próprias e seus familiares de prazeres gastronômicos antes motivo de orgulho e satisfação para suas mães, tias, avós.
Por exemplo, quem se dispõe nos dias atuais a preparar alguma das muitas variedades dos chamados “doces caseiros”? Arroz doce, canjica, doce de mamão, de abóbora (ralado ou aos pedaços, com cal), cocada, doce de leite, compota de goiaba, de cidra, bananada, doce de jaca, sagu e uma infinidade de outros tipos de sobremesas estão sumindo das mesas domésticas. Vez ou outra até dão o ar da graça em bufês de restaurantes típicos e self-services, por serem considerados baratos (olha só!, outra vantagem) em comparação a demais doces.
Puros na sua essência, afinal estamos falando basicamente da mistura de uma única matéria-prima com açúcar, água ou leite – às vezes nem água nem leite, já que o próprio sumo da fruta umedece a cocção -, esses doces são considerados muito prosaicos por quem não gosta deles, indignos de figurar no fim de uma refeição sofisticada. Isso não é verdade, já que com criatividade prestam-se extremamente bem na composição de outras sobremesas, ao serem servidos com um bom queijo, cream cheese, creme de leite, chantilly, sorvete, biscoitos, finas fatias de pão-de-ló, massa folhada, etc., etc., etc.. Não é porque são simples que têm, necessariamente, que serem consumidos sozinhos. Quem não reconhece que a velha combinação de queijo com goiabada é, realmente, deliciosa?
É preciso saber aproveitar a grande variedade de frutas que temos à disposição neste nosso país tropical, como se fazia antigamente. E isso vale além de para a confecção de doces, também para a produção de geléias para posterior montagem de outras sobremesas sofisticadas ou apenas para comer no café da manhã com torradas e biscoitos: morangos, amoras, acerola, pitanga, framboesa... Fáceis de fazer custam, ao contrário, às vezes pequena fortuna em supermercados e delicatessens, ainda mais se forem importadas. Em muitos países, doces desse tipo são considerados patrimônio nacional, como em Portugal, França..., nunca deixados de fazer e passados de geração em geração como fonte de prazer e de lucro, consumidos com gulodice tanto pelos locais quanto pelos turistas, principalmente.
Então ao invés do sorvete ou da gelatina, que tal experimentar um docinho de abóbora com coco na sobremesa do almoço de hoje?

* RECEITAS
. Geléia de Pitanga
Ingredientes
1 kg de pitanga;
½ litro de água;
açúcar.

Modo de preparar
Retire o caroço das pitangas. Leve ao fogo com ½ litro de água. Quando ferver retire do fogo. Retire a água e peneire a polpa. Coloque em uma panela a polpa e o mesmo peso (da polpa) em açúcar. Leve ao fogo e cozinhe até dar o ponto de geléia.

. Marrom Glacê em Creme
Ingredientes
1 ½ kg de castanhas portuguesas;
500 g de açúcar;
250 ml de água;
1 colher de sopa de whisky;
1 colher (chá) de essência de baunilha.
Modo de preparar
Coloque as castanhas para cozinhar na panela de pressão. Após a panela pegar pressão, deixe cozinhar por mais 30 minutos. Depois de cozidas, descasque as castanhas e passe-as pela peneira ou pelo multiprocessador e reserve. Em uma panela, coloque a água, o açúcar, o whisky e a baunilha. Leve ao fogo e quando a calda estiver bem dissolvida, acrescente a massa da castanha, sem parar de mexer para não empelotar. Quando estiver desgrudando do fundo da panela, tire do fogo. Coloque em uma vasilha para esfriar e sirva.

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