5 de ago. de 2008

NATURALMENTE GOSTOSOS

Os legumes são, certamente, alguns dos itens consumidos pelos homens em sua alimentação que conta com o maior número de variedades na natureza. Se eles já foram fundamentais enquanto componentes da refeição, hoje, entretanto, integram com parcimônia os cardápios domésticos e dos restaurantes.
Por incrível que pareça, muitas crianças simplesmente jamais experimentaram ao menos um tipo de legume, por desinteresse puro, por falta de estímulo de suas modernas mães – que talvez considerem “trabalhoso” o preparo de legumes, melhor ficar com o bife, a lingüiça ou a salsicha né? – ou por terem idéias pré-concebidas quanto a sabor ou textura. Provavelmente a unanimidade para as crianças em se tratando de legume seja a batata. Frita, claro. E de preferência aquela de fast-food, que nem batata de verdade é, mas uma massinha reconstituída e saborizada artificialmente, repleta de sal e gordura trans.
Por outro lado, existem pessoas que ainda fazem questão de consumir diariamente até mais de um tipo de legume em suas refeições. Brindam-se, assim, com a diversificada gama de sabores que esses alimentos têm e com tudo de saudável que proporcionam, das fibras às vitaminas. Os povos mediterrânicos sempre foram e continuam sendo ávidos consumidores de legumes, com suas abóboras, pimentões, berinjelas e tomates recheados, marinados, assados. Enriquecido com seus famosos azeites, esse amplo uso de legumes faz da cozinha mediterrânea uma das mais apreciadas do mundo, sinônimo de sabor e saudabilidade. Chineses, indianos e tailandeses também são pródigos no preparo de legumes, com temperos e especiarias exóticas.
País tradicionalmente agrícola, o Brasil possui e produz inúmeros tipos de legumes. Alguns, porém, vêm se tornando tão poucos usados que toda uma nova geração de donas-de-casa sequer sabe como prepará-los. Como o maxixe, por exemplo. Prá quem sequer tem idéia do que estou falando, o maxixe é uma erva repleta de ramos com frutos ovalados e cheios de pequenas pontas assemelhadas a espinhos (mas sem ponta). Os maxixes caem bem refogados, ensopados e também cozidos para comporem saladas ou recheio de tortas.
Quiabo também é um legume menosprezado, por causa de sua “baba” tão fácil de eliminar; e o jiló então, coitado!, quase impossível desassociá-lo da pecha de “desagradavelmente” amargo. Mas nem é preciso ficar no óbvio em se falando de legumes discriminados: tinha um amigo que não comia nem abóbora, nem mandioca e nem milho porque considerava que não eram alimentos, e sim ração de animais! A verdade é que legumes são absolutamente fabulosos e versáteis, e com apenas um mínimo de boa vontade é possível prepará-los de muitas maneiras extremamente deliciosas.

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